Wednesday, September 1, 2010

Uma estória de amor

Era uma vez um soldado americano que servia numa base estrangeira. Certo dia, ao ler o jornal da sua terra, enviado pela mãe, viu a fotografia de uma moça. O soldado não a conhece. Nunca ouviu falar nela. Porém, ao fitá-la, diz: "Oh, agrada-me esta moça. Gostaria de casar-me com ela".

O endereço da moça estava no pé da foto e o soldado decide escrever-lhe, sem muita esperança de receber resposta. E, no entanto, a resposta chega. Começam uma correspondência regular, trocam fotografias e contam mutuamente todas as suas coisas. O soldado enamora-se cada dia mais dessa moça, que nunca viu.

Finalmente, o soldado é licenciado e volta para casa. Durante dois anos cortejou-a à distância. Seu amor por ela fê-lo melhor soldado e melhor homem; procurou ser o tipo de pessoa que ela queria que fosse. Fez as coisas que ela desejaria que fizesse e evitou as que a desagradariam se chegasse a conhecê-las. Já é um anseio ardente por ela o que palpita em seu coração, e está voltando para casa.

Podemos imaginar a felicidade que embeberá cada fibra de seu ser ao descer do trem e tomar, enfim, a moça em seus braços? "Oh! — exclamará ao abraçá-la — se este momento pudesse eternizar-se!".

Sua felicidade é a felicidade do amor alcançado, do amor que se encontra em completa posse da pessoa amada. Chamamos a isso fruição do amor. O jovem recordará sempre este instante – instante em que seu anseio foi premiado com o primeiro encontro real - como um dos momentos mais felizes da sua vida na terra.

É evidente que se, para começar, o jovem não se tivesse impressionado com a fotografia, ou se após umas poucas cartas tivesse perdido o interesse por ela, pondo fim à correspondência, essa moça não teria significado nada para ele, ao seu regresso. E mesmo que a encontrasse na estação, à chegada do trem, para ele o seu rosto teria sido como outro qualquer na multidão. Seu coração não se sobressaltaria ao vê-la.

É evidente que não podemos amar o que não conhecemos.

Se esse jovem não tivesse visto a fotografia da moça, é claro que nunca teria chegado a amá-Ia. Não poderia ter-se enamorado de alguém de quem nem sequer tivesse ouvido falar. E se, mesmo depois de ver a fotografia da moça, não lhe tivesse escrito e, pela correspondência, tIvesse conhecido o seu atrativo, o primeiro impulso de interesse nunca se teria transformado em amor ardente.

Por isso "estudamos" religião. Por isso temos aulas de catecismo na escola e cursos de religião no ensino médio e superior. Por isso ouvimos sermões aos domingos na Missa e lemos livros e revistas de doutrina cristã. Por isso temos circulos de estudo, seminários e conferências. São parte do que poderíamos chamar a nossa "correspondência" com Deus. São parte do nosso esforço por conhecê-lo melhor, para que nosso amor por Ele possa crescer, desenvolver-se e conservar-se.

fonte: Leo Trese, A Fé Explicada