Esta frase é dos doze apostólos e pode ser lida no capítulo 6 dos Atos. Abaixo reproduzo o comentário da Bíblia de Navarra sobre este texto:
Os doze estabelecem um princípio que lhes parece categórico: o ministério apostólico que lhes está encomendado é de tal modo absorvente que se torna incompatível para eles com outros ofícios. A atenção espiritual da comunidade não lhes permite ocupar-se por mais tempo no serviço das mesas. Uma tarefa boa e nobre em si mesma há-de ceder perante outra mais excelente ainda, essencial para a vida da Igreja e de cada um dos seus membros. «Falam de não conveniência — escreve São João Crisóstomo — para fazer ver que as duas obrigações não se podem conciliar neste caso» (Hom. sobre Act, 14).
A tarefa principal dos Pastores na Igreja é pregar a Palavra divina, administrar os sacramentos e governar o Povo de Deus. Qualquer outro encargo há-de ser congruente com a cura das almas e ajudar a realização mais completa e profunda desta, segundo o exemplo de Cristo; que curava os corpos para chegar `a alma e que pregava a justiça e a paz como manifestações do Reino de Deus.
«Está nisto um traço bem vincado da nossa identidade, que dúvida alguma jamais deveria fazer desvanecer, que nunca objeção alguma deveria eclipsar — diz Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi aos Bispos e sacerdotes de todo o orbe católico —. Como Pastores, nós fomos escolhidos pela misericórdia do Supremo Pastor (cfr 1 Pet 5,4), apesar da nossa insuficiência, para proclamar com autoridade a Palavra de Deus, para reunir o Povo de Deus que andava disperso, para alimentar este mesmo Povo com sinais da ação de Cristo que são os sacramentos, para o encaminhar para a via da salvação, para o manter naquela unidade de que nós somos, em diferentes planos, instrumentos ativos e vivos» (n.68)
O sacerdote há-de estar faminto da Palavra de Deus — recordou igualmente João Paulo II —, abraçá-la na sua integridade, meditá-la, estudá-la assiduamente, e difundi-la com o exemplo da pregação (cfr, por ex., Alocução 1-X-1979; Discurso 3-X-1979). Toda a vida do sacerdote deve ser proclamação generosa de Cristo. Há-de evitar, por isso, a tentação da «liderança temporal, que facilmente pode ser fonte de divisão, enquanto ele deve ser sinal e fator de unidade e de fraternidade» (Aos sacerdotes do México, 27-I-1979).